sábado, 9 de maio de 2009

Notícias

Recursos Geológicos, Ambiente e Ordenamento do Território vão reunir especialistas na UTAD

O Departamento de Geologia da Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro (UTAD) vai realizar, nos próximos dias 16, 17 e 18 de Outubro, no auditório de Geociências, o V Seminário de Recursos Geológicos, Ambiente e Ordenamento do Território.
A exploração dos recursos geológicos tem evoluído de forma significativa como resposta aos consumos crescentes impostos pelo progresso tecnológico. Tratando-se de recursos não renováveis é fundamental que sua gestão se faça de forma sustentável tendo em atenção o volume limitado das reservas disponíveis. Para tal é imperioso o estabelecimento de regras que visem a sua protecção, integradas num plano de ordenamento do território bem delineado. Neste seminário, aberto a todos os interessados nas respectivas temáticas, reunir-se-ão especialistas da UTAD, da Universidade de Lisboa, do INETI, da Universidade de Huelva (Espanha) e da Universidade de S. Paulo (Brasil). Os recursos energéticos, os riscos naturais e ordenamento do território, os recursos naturais da Europa e a sua sustentabilidade, a conservação e valorização do património geológico, a sustentabilidade e a soberania da água, são os temas mais em destaque. O seminário incluirá ainda visitas guiadas à Pedreira do granito Amarelo Real (Pinhão-Cel), Minas de Jales, Explorações auríferas de Tresminas, Termas de Chaves e Pedreiras do granito de Pedras Salgadas.



Um terço das águas subterrâneas europeias tem nitratos a mais

A poluição da água, causada pelo azoto, permaneceu constante a nível europeu mas «os valores-limite de nitratos na água potável são excedidos em cerca de um terço das águas subterrâneas sobre as quais se dispõe de informações.» Esta contaminação tem sobretudo origem na agricultura e é avançada por um relatório sobre os recursos hídricos a nível dos Quinze e dos países do alargamento, publicado pela agência Europeia do Ambiente. Segundo o documento, com a diminuição de descargas de fontes pontuais tornou-se mais significativa a contaminação proveniente da agricultura. «As concentrações nos rios permaneceram relativamente estáveis durante a década de 90, sendo mais elevadas nos países da Europa ocidental onde a agricultura é mais intensiva», avança a Agência. No entanto, «a presença de nitratos na água potável constitui um problema comum em toda a Europa, particularmente na água proveniente de poços pouco profundos.» As concentrações de nutrientes no mar também permaneceram estáveis.



Águas subterrâneas

Reservatórios de água subterrânea
A água subterrânea é um recurso geológico de extrema importância, que constitui cerca de 0,6 % do total de água que existe na Terra. A quantidade e a qualidade da água subterrânea tem efeiros na sobrevivência e na saúde das populações humanas.

Cerca de 15% da água que precipita sobre a superficie da Terra infiltra-se no solo e origina a água subterrânea que preenche os aquíferos. Os aquíferos são formações geológicas subterrâneas capazes de armazenar água e de permitur a sua circulação e extracção de forma economicamente rentável.
No aquífero livre existe uma superficie em que a água está em contacto directo com o ar, ou seja, à pressão atmosférica. A zona que contribui para a realimentação do aquífero denomina-se por zona de recarga. É através desta zona que ocorre a infiltração da água. Os aquíferos livres podem ser superficiais o não só facilita a exploração e recarga como também a sua contaminação.
O aquífero cativo ou confinado está limitado por materiais geológicos impermeáveis. Nos aquíferos cativos a pressão da água é superior à pressão atmosférica. A recarga nos aquíferos cativos é feita lateralmente.
A captação das águas subterrâneas pode ser feita nos dois tipos de aquiferos através de furos (captações). Quando a captação de água subterrãnea ocorre num aquifero cativo a água subirá até à cota correspondente ao nível hidrostático. Uma captação nestas condições designa-se por captação artesiana. Se a captação é feita num local onde o nível hidrostático ultrapassa o nível topográfico a água extravasa naturalmente a boca da captação não sendo necessário qualquer sistema de bombagem. Neste caso, a captação é designada por captação artesiana repuxante.

Parâmetros caracteristicos dos aquiferos
A porosidade é a percentagem do volume total da rocha ou dos sedimentos que é ocupada por espaços vazios. A porosidade constitui uma medida da capacidade da rocha em armazenar água. Algumas rochas sedimentares têm poros entre os grãos de minerais, pelo que podem armazenar uma quantidade apreciável de água. As rochas cristalinas não têm poros entre os grãos de minerais, mas podem armazenar água em fracturas.

A permeabilidade é a capacidade das rochas transmitirem fluidos através dos poros ou fracturas. As rochas permeáveis deixam-se atravessar facilmente pela água. A permeabilidade das rochas está relacionada com as dimensões dos poros e com a forma como se estabelece a comunicação entre eles.

A água subterrânea, armazenada nos aquíferos, é utilizada para beber e sua escassez ou contaminação podem ter efeitos muito graves.




domingo, 3 de maio de 2009

Recursos minerais

Os recursos minerais incluem numerosos materiais utilizados pelo Homem e que foram concentrados, muito lentamente, por uma variedade de processos geológicos. Os recursos minerais podem classificar-se em metálicos e não metálicos.

Recursos minerais metálicos
Os elementos químicos, como o ferro, cobre, prata ou ouro, encontram-se distribuidos na crusta terrestre, fazendo parte da constituição de vários materiais em associações diversas com outros elementos. Chama-se clarke à concentração média de um determinado elemento quimico na crusta terrestre e exprime-se em partes por milhão (ppm).


Um jazigo mineral é um local no qual um determinado elemento quimico existe numa concentração muito superior ao seu clarke. Num jazigo mineral, chama-se minério ao material que é aproveitável, e que tem interesse económico, e ganga ou estéril ao material sem valor económico que está associado ao minério. A ganga é acumulada em escombreiras, que são depósotos superficiais junto às explorações mineiras. As escombreiras causam poluição visual, aumentam o risco de deslocamentos de terreno e podem conter substâncias tóxicas que poluem o solo e a água.


Recursos minerais não metálicos
Consideram-se recursos minerais não metálicos como cascalhos, areias e rochas. São materiais abundantes que não atingem preços elevados e que provêm de fontes locais.
Como está referido na tabela, o mármore, o basalto, o mármore,.., são utilizados para a construção de monumentos. Após a edificação dos monumentos, a rocha fica exposta a várias alterações provocada pela meteorização física ( expansão devido ao gelo, dilatação dos minerais, choques vibracionais), biológica (dissociação da calcite por algas ou bactérias desagregação mecãnica provocada por líquenes) e quimica (contaminantes da atmosfera, chuvas ácidas, alteração provocada pela humidade existente).

Exploração sustentada de recursos geológicos

Os recursos geológicos são materiais que podem ser extraídos da Terra e que são utilizados em beneficio do Homem; podem ser renováveis ou não renováveis.
Os recursos renováveis são gerados na Natureza a uma taxa igual ou superior àquela a que são consumidos.
Os recursos não renováveis são gerados na Natureza a um ritmo muito mais lento do que aquele a que são consumidos pelo Homem. São, por isso, recursos limitados que acabarão por se esgotar.
Os recursos geológicos não são renováveis, com excepção da água e do calor interno da Terra.


Ao contrário dos recursos, as reservas de um determinado material geológico sofrem flutuações ao ,ongo do tempo. Diminuem devido à sua extracção e uso e à diminuição do preço de mercado e aumentam com novas descobertas, com o desenvolvimento de tecnologias que facilitam a sua extracção e com o aumento do preço de mercado.

Combustiveis fósseis

Os combustiveis fósseis podem ocorrer na crusta terrestre sob três formas: petróleo, carvão e gás natural. Os combustiveis fósseis são considerados recursos não renováveis. O uso intensivo dos combustiveis fósseis tem contribuido para o aumento na atmosfera de gases causadores do efeito de estufa, o que conduz a graves alterações climáticas.

O carvão é principalmente utilizado em centrais termoeléctriticas para produção de energia eléctrica. O petróleo e o gás natural são utilizados como combustiveis. O petróleo tem numerosas utilizações industriais.

Vantagens dos combustiveis fósseis: Elevado poder energético.

Desvantagens: Poluição atmosférica, poluição dos solos e aquíferos. O carvão provoca consequências humanas, devido à extracção. A taxa de exploração actual pode conduzir ao seu esgotamento, a libertação de dióxido de carbono ao reagir com a água, forma as chuvas ácidas que provoca a diminuição do PH e acidez dos solos.

Energia nuclear

A produção de energia nuclear baseia-se na fissão controlada do elemento urânio em reactores nucleares. Esta reacção liberta grandes quantidades de energia sob a forma de calor; esse calor é utlizado na vaporização da água que, por sua vez, é usada para a produção de energia eléctica. Esta energia é considerada energia não renovável.

A energia nuclear apresenta as seguintes desvantagens: risco de acidentes com fuga de radiações, produção de resíduos radioactivos que levantam sérios problemas de tratamento e armazenamento, poluição térmica da água, risco de acções terroristas.

Energia geotérmica

O calor interno da Terra constitui uma fonte de energia que pode ser concentrada localmente. Quando existe uma fonte de magma relativamente próxima da superficie da Terra, verifica-se o aquecimento de fluidos, geralmente a água, que se localiza em rochas porosas ou em fracturas. A água quente pode ser aproveitada na produção de energia.

Existem dois tipos de energia:


A energia geotérmica não é poluente e é renovável, na medida em que a sua fonte permanece por longos períodos de tempo. No entanto, é um tipo de energia que apenas pode ser aproveitada em locais com derminadas caracteristicas, nomeadamente locais com zonas vulcânicas. Esta energia é considerada como energia renovável.

Para além da energia geotérmica, há a considerar as seguintes energias renováveis: energia solar, energia eólica, energia hidroeléctrica, energia das ondas, energia da biomassa e energia do biogás.


sábado, 25 de abril de 2009

Metamorfismo

Factores de metamorfismo
Os processos metamórficos ocorrem quando as rochas preexistentes são submetidas a condições termodinâmicas diferentes das existentes na altura da sua formação. Como resposta às novas condições, as rochas instáveis modificam-se gradualmente até alcançar um estado de equilibrio compativel com o novo ambiente. A maioria das modificações induzidas durante o processo metamórfico depende da actuação de um conjunto de factores de metamorfismo. As tensões, o calor e a composição dos fluidos.

Agentes de metamorfismo

Os agentes de metamorfismo estão resumidos na tabela seguinte:



Rochas metamórficas
Recristalização e minerais de origem metamórfica:
A actuação dos factores de metamorfismo conduz à recristalização dos minerais. A recristaliação é a reorganização dos elementos de um mineral original numa combianção mais estável, nas novas condições de tensão, temperatura e fluidos envolventes. Alguns minerais são estáveis numa gama ampla de condições de pressão e temperatura, pelo que permanecem ou reaparecem, durante o processo de metamorfismo e são comuns a rochas metamórficas, sedimentares ou magmáticas. A calcite e o feldspato são exemplos deste tipo de minerais, Outros minerais formam-se apenas numa gama muito restrita de pressão e temperatura e são exclusivos das rochas metmárficas. O aparecimento destes minerais permite inferir, dentro de certos limites, as condições de pressão e temperatura a que a rocha se formou; são por isso, designados minerais-índice. São exemplos de minerais-índice a andaluzite, a cianite e a silimanite, que são polimorfos de fórmula Al2SiO5.

Tendo em conta as condições de pressão e de temperatura que estiveram presentes na fomação de uma dada rocha metamórfica, pode considerar-se: metamorfismo de baixo grau, metamorfismo de médio grau metamorfismo de alto grau. As diferentes zonas metamórficas são delimitadas por superficies de igual grau de metamorfismo, chamadas isógradas, sendo definidas pelos pontos onde ocorrem pela primeira vez determinados minerais-índice.

Tipos de metamorfismo
São definidos diferente tipos de metamorfismo, e função do tipo e da intensidade dos factores que o promovem e da extensão da área atingida. Alguns dos tipos de metamorfismo são o metamorfismo regional e o de contacto.

O metamorfismo regional está associado à génese de cadeias montanhosas, quer em zonas de placas continentais, quer em zonas de subducção. Rochas como a ardósia, o filito, o micaxisto e o gnaisse resultam deste tipo de metamorfismo.

O metamorfismo de contacto é experimentado pelas rochas adjacentes a uma intrusão magmática, formando uma auréola metamórfica. O tipo de rocha encaixante, a quantidade de fluidos e de temperatura são factores determinantes do tipo de rocha metamórfica resultante. Rochas como a corneana, mármore e quartzito, resultam deste tipo de metamorfismo.

Textura
A textura das rochas metamórficas é determinada pelo tamanho, forma e arranjo dos minerais. As rochas metamórficas apresentam dois tipos principais de textura-foliada e não foliada ou granoblástica. O xisto argiloso, ardósia, filito, xisto e gnaisse são exemplos de rochas metamórficas foliadas. A corneana, o mármore e o quartzito são exemplos de rochas não foliadas.

Principais tipos de foliação

Caracterização das rochas metamórficas





sábado, 18 de abril de 2009

Deformação das rochas

Na Terra, as rochas estão sujeitas a tensões provocadas pela mobilidade das placas litosféricas e pela pressão exercida pelas camadas de rochas suprajacentes. A tensão é a força exercida por unidade de área. Submetidas a estados de tensão, as rochas sofrem deformações, originando falhas ou dobras.
As tensões que actuam sobre as rochas podem ser compressivas, distensivas ou de cisalhamento.
-As tensões compressivas conduzem à redução do volume da rocha na direcção paralela à actuação das forças e ao seu alongamento na direcção perpendicular. Podem provocar a fractura da rocha.
-As tensões distensivas conduzem ao alongamento da rocha, na direcção paralela à actuação das forças, ou à sua fractura.
-As tensões de cisalhamento causam a deformação da rocha por movimentos paralelos em sentidos opostos.



O limite de elasticidade de uma rocha é geralmente baixo. Esse limite de elasticidade é ultrapassado quando é a deformação provocada por uma força se torna irreversível, mesmo que cesse a actuação da força. A rocha sofre, então, ruptura ou fica deformada de um modo permanente.

Este gráfico representa os tipos de deformação que um material pode sofrer.

Qualquer material pode-se deformar de três maneiras:

-Deformação elástica: o material deforma, mas quando cessa a tensão, a deformação desaparece. É, portanto, uma deformação reversível.

-Deformação plástica: a deformação mantém-se mesmo que a tensão desapareça. É, portanto, uma deformação irreversível.

O comportamento das rochas em relação à tensão que lhes é aplicada é variável e depende do tipo de rocha, das condições de pressão e temperatura a que a rocha está sujeita, aquando da actuação da tensão, e da intensidade da tensão.

-Comportamento frágil: As rochas fracturam facilmente, quando são sujeitas a tensões, em condições de baixa pressão e de baixa temperatura. Este comportamento relaciona-se com a formação de falhas.

-Comportamento dúctil: As rochas sofrem alterações permanentes de forma ou volume, sem fracturarem, em condições de elevada pressão e elevada temperatura. Este comportamento relaciona-se com a formação de dobras.



Falhas

Uma falha é uma superficie de fractura ao longo da qual ocorreu o movimento relativo dos blocos fracturados. As falhaspodem resultar da actuação de qualquer tipo de tensão em rochas com comportamento frágil.
Os elementos que caracterizam uma falha são os seguintes:


-Plano de falha: superficie de fractura;

-Tecto: bloco que se sobrepõe ao plano de falha;

-Muro: bloco que se situa abaixo do plano de falha;

-Rejecto: movimento relativo entre dois blocos da falha;

-Inclinação: âgulo formado entre o plano de falha e um plano horizontal que o intercepta.

De acordo com o movimento relativo entre os dois blocos da falha, as falhas podem ser classificadas como normais, inversas e de desligamento.Dobras
Uma dobra é uma deformação em que se verifica o encuvamtno de superficie originalmente planas. As dobras da actuação de tensões de compressão em rochas com comportamento dúctil.

As dobras são classificadas em relação à sua disposição espacial. Na tabela seguinte, são observados diferentes tipos de dobras.
Uma outra classificação tem em conta a idade relativa das rochas da dobra, da sefuinte forma:

-Anticlinal: dobra em que o núcleo da antiforma é ocupado pelas rochas mais antigas.

-Sinclinal: dobra em que o núcleo da sinforma é ocupado pelas rochas mais recentes.



Na definição de um dado plano no espaço é necessário determinar a sua atitude, ou seja, a sua posição geométrica, definida pela sua direcção e inclinação.
-Direcção: é o ângulo entre a linha N-S e a linha de intersecção do plano dado com o plano horizontal.
-Inclinação: é o ângulo definido entre a linha de maior declive da superficie planar considerada com um plano horizontal. O valor deste ângulo varia entre 0º e 90º.

domingo, 29 de março de 2009

Notícias


As zonas de vertente, sobretudo quando o seu declive é mais acentuado, são locais onde fenómenos, tal como a erosão, podem ser mais rápidos e mais intensos. A erosão das vertentes, ou a forma como elas se vão modificando, deve-se essencialmente a dois tipos de causas naturais: -a erosão hídrica, essencialmente provocada pela água das chuvas;
-os movimentos de terrenos, também designados movimentos em massa.
No primeiro destes dois tipos, estamos perante uma situação em que a erosão se processa de uma forma mais ou menos lenta e gradual, em consequência do desgaste dos solos provocado pelo impacto das gotas de chuva e pelo escoamento das águas ao longo das vertentes. Os materiais arrancados às vertentes são, quase sempre, em pequena quantidade e de pequenas dimensões.
Exemplo :
Na madrugada de 31 de Outubro de 1997 registaram-se em toda a ilha de São Miguel, com particular incidência nos concelhos da Povoação e do Nordeste, cerca de 1000 movimentos de massa, após um período de chuvas intensas. Estes provocaram a destruição de habitações e pontes, afectaram sistemas de comunicação, de transporte de energia e soterraram extensas superfícies de terrenos agrícolas. A área mais afectada foi a da freguesia de Ribeira Quente, que ficou isolada por mais de 12 horas e onde 29 pessoas perderam a vida.
Separata Açores, n.° 16, 2003 (adaptado)
Informação retirada do site de Miguel Correia.

Novo ciclo geológico da Terra pode estar a começar junto à Península Ibérica
Os vulcões existentes em Portugal continental estão extintos mas o planeta pode estar a entrar num novo ciclo geológico, com uma zona de subducção a sudoeste da Península Ibérica, e a actividade vulcânica não está excluída. "Com base na distribuição dos sismos, há quem diga que podemos estar a entrar num novo ciclo geológico, que poderá ter como consequência o vulcanismo", afirmou o geólogo José Francisco à agência Lusa.

As rochas mais velhas da Terra
Geólogos americanos e canadenses descobriram rochas fossilizadas com 3,96 bilhões de anos de idade.
O movimento das placas tectônicas e a erosão provocada pela chuva e o vento praticamente apagaram a memória da Terra: restam raros materiais antigos na superfície para contar a história dos primórdios do planeta. Recentemente, geólogos americanos e canadenses descobriram verdadeiros fósseis minerais nas tundras no noroeste do Canadá, que podem fornecer dados valiosos sobre aqueles primeiros tempos. Datadas em 3,96 bilhões de anos, essas rochas são consideradas as mais antigas da crosta terrestre e por isso mesmo surpreenderam os cientistas. Elas são rochas graníticas, portanto muito complexas para um período de estruturação do planeta. Segundo o geofísico Igor Pacca, da Universidade de São Paulo, "a existência dessas rochas há quase 4 bilhões de anos pode significar que a crosta se formou mais rapidamente do que imaginávamos".

Fonte:http://super.abril.com.br/superarquivo/1990/conteudo_111913.shtml

Vulcões causaram aquecimento há 55 milhões de anos

O aquecimento sofrido pela Terra há 55 milhões de anos foi causado por erupções vulcânicas na Groenlândia e na região ocidental das Ilhas Britânicas, indica um estudo publicado nesta quinta-feira pela revista Science. A atividade vulcânica ocorreu durante a chamada "máxima térmica Paleoceno-Eoceno" (PETM, em inglês) que causou um aumento de 5°C nos trópicos e de mais de 6°C no Ártico.
As conclusões são de cientistas do Centro de Oceanografia e Ciências Atmosféricas da Universidade do Oregon, nos Estados Unidos. Segundo os geólogos, as erupções e a contaminação atmosférica resultante causaram o que é chamado de "emergência planetária". Houve um aumento da temperatura na superfície marinha, e os oceanos se tornaram mais ácidos, o que causou a extinção de muitas espécies.
O estudo é importante porque documenta a reação do planeta à liberação de grandes quantidades de gases poluentes na atmosfera. Outro fato de destaque é que a pesquisa correlaciona, definitivamente, um importante acontecimento vulcânico com um período de aquecimento global, segundo os cientistas.
Considera-se que os gases que causam o efeito estufa, entre eles o dióxido de carbono (CO2) e o metano (CH4), atualmente produzidos pela atividade industrial, entre outras, são os componentes principais da poluição e do aquecimento global que o planeta está vivendo. "Sem dúvida, as erupções e o aquecimento global estão vinculados, e o fenômeno constitui uma analogia para o que ocorre hoje", explicou Robert Duncan, um dos autores do estudo.
"Vestígios do aquecimento foram encontrados em resíduos marítimos, assim como evidências geológicas de que as erupções ocorreram ao mesmo tempo. Mas até agora não tinha sido criado um vínculo direto entre os fenômenos", disse o cientista. Duncan também afirmou que, em alguns lugares do planeta, o aquecimento foi muito rápido, e, em outros, muito lento, "como está acontecendo hoje".
A ligação entre a atividade vulcânica e o aquecimento global surgiu da correlação dos registros fósseis examinados pelos cientistas, segundo o relatório da pesquisa. O PETM se caracterizou por enormes mudanças na composição carbono-isotópica dos oceanos e pela corrosão das camadas de plâncton, assim como pela extinção de alguns organismos do fundo dos oceanos.
Os cientistas também relacionaram o PETM à separação física da Groenlândia e do continente europeu - que formavam um só bloco - por meio da análise das camadas de cinzas depositadas quando houve as erupções vulcânicas.

Fonte: http://noticias.terra.com.br/ciencia/interna/0,,OI1577354-EI8278,00.html