domingo, 2 de novembro de 2008

Notícias








Técnica une DNA de duas mulheres para evitar doenças congênitas








No mês em que a reprodução assistida completa 30 anos, uma técnica polêmica é divulgada pela comunidade científica. Pesquisadores da Universidade de Newcastle, na Grã-Bretanha, desenvolveram uma técnica que mistura o DNA de duas mulheres para evitar doenças congênitas no bebê. A experiência, realizada com animais, chama-se transferência nuclear. Antes de explicar o procedimento, é preciso explicar por que ele é feito. Existem algumas doenças genéticas que podem ser herdadas no universo relacionado ao DNA mitocondrial, aquele que fica fora do núcleo da célula. Essas doenças, como a Síndrome de Leigh, que causa paralisia em algumas ações do organismo, como a deglutição, são uma herança materna, por isso a experiência em fêmeas. Nessa técnica, retira-se o núcleo da célula da mulher que quer engravidar e transfere-o para o óvulo de uma outra mulher. Em uma tradução simplista, é uma mudança de casa. Depois, faz-se a inseminação artificial e acrescenta-se o DNA do marido.
Na prática, são três heranças genéticas para essa criança: da mãe, da doadora e do pai. “Cerca de 90% das nossas características estão no núcleo da célula. As outras, localizadas no DNA mitocondrial (no caso, da doadora), são responsáveis pelo funcionamento das células, como metabolismo e respiração celular”, diz Pericles Hassun Filho, especialista em Diagnóstico Genético Pré-implantacional, diretor-presidente da Genesis Genetic do Brasil e colaborador da Huntington medicina reprodutiva. Além de levantar implicações éticas, por se tratar de um indivíduo com herança genética de três pessoas, a técnica não rendeu resultados tão promissores. “Não passa de 5% a eficiência desse método. Foi relatada uma série de anomalias congênitas, a taxa de desenvolvimento é baixa. É praticamente inviável”, afirma.






Japoneses conseguem clonar camundongo congelado há 16 anos

Se uma clonagem qualquer já tem um pouco cara de ficção científica, o que dizer do último feito de cientistas japoneses? Eles conseguiram clonar camundongos que estavam congelados havia 16 anos. O sucesso já anima os pesquisadores, que começam a ver mais chances de "ressuscitar" espécies extintas. O sucesso é especialmente notável se levarmos em conta as condições dos camundongos. Nenhuma substância protetora foi usada no processo de congelamento, de forma que as células dos bichos foram bem esbodegadas. Eles passaram 16 anos assim, a -20 graus Celsius, até serem resgatados para a pesquisa. Os japoneses, liderados por Teruhiko Wakayama, do Centro de Biologia de Desenvolvimento da Riken, em Kobe, procuraram núcleos celulares que parecessem menos estragados para tentar a clonagem, com duas linhagens de camundongos. Acabaram descobrindo, no processo, que as células cerebrais são as mais aptas para esforços do tipo. Aí foi usar técnicas tradicionais de clonagem: pegar um óvulo de camundongo, extrair o núcleo, introduzir o núcleo do bicho congelado e dar um choquinho, para fazer com que a célula recém-transformada em zigoto começasse a se multiplicar.









O resultado, com uma das linhagens, foi estupendo. Além de conseguir derivar células-tronco embrionárias, os cientistas conseguiram implantar alguns embriões clonados em fêmeas vivas, que serviram como barriga de aluguel. Após 19 dias, uma cesariana e uma ninhada de clones. Desse modo, eles conseguiram obter oito animais com material genético idêntico ao de um dos camundongos congelados. Da outra linhagem, só foi possível extrair células-tronco embrionárias, mas nenhuma gravidez chegou a termo. Especula-se que a razão seja não pelo congelamento dos bichos, mas pelas características da própria linhagem congelada, que havia sido fruto de cruzamento consangüíneo. (Os cientistas destacam que nenhum bicho nessas condições foi clonado até hoje, mesmo sem passar por congelamento.)


Sexo tem vantagens evolutivas
"A maioria dos seres vivos precisa de um parceiro para se reproduzir, mas os benefícios da reprodução sexual ainda intrigam os cientistasPara que serve o sexo? “É uma forma de “limpar” o genoma”, explica o biólogo português Ricardo Azevedo, da Universidade de Houston (EUA), resumindo as conclusões de um estudo sobre reprodução sexual que hoje publica na revista Nature. A investigação comprova a existência de vantagens do sexo como forma de reprodução e revela que este conduz a uma maior robustez genética, ao mesmo tempo que favorece a sobrevivência e reprodução dos mais aptos. A razão pela qual o sexo surgiu e se tem mantido como sistema de reprodução da maioria dos seres vivos intriga muitos biólogos. A questão, explica Ricardo Azevedo, é que o sexo reprodutivo tem aparentemente muitas desvantagens face à reprodução assexuada: “A taxa de reprodução per capita de uma população assexuada composta inteiramente por fêmeas é o dobro da de uma população sexuada composta por machos e fêmeas”, exemplifica. Por outro lado, a procura de um parceiro sexual implica desperdício de tempo e energia. Há indivíduos que nunca se conseguem reproduzir, além do perigo das doenças sexualmente transmissíveis. Os cientistas tinham já apontado várias hipóteses para as vantagens evolutivas de combinar o património genético do macho e da fêmea. O estudo de Ricardo Azevedo foi, contudo, o primeiro a comprovar uma teoria segundo a qual o sexoorigina uma maior resistência a mutações genéticas. “A nossa primeira conclusão éque a reprodução sexuada selecciona para uma maior robustez genética. Isto nunca havia sido testado.” Para além disso, a investigação foi pioneira ao associar à robustez genética o fenómeno de epistasia negativa, que se caracteriza pela acumulação de mutações desfavoráveis num indivíduo. A acumulação destas mutações (a que os biólogos chamam deletérias) dá origem a indivíduos de património genético mais fraco, com menos possibilidades de sobrevivência e de reprodução. O estudo, concebido pelo cientista português e pela investigadora Christina Burch, da Universidade da Carolina do Norte, recorreu a modelos computacionais. “A intenção era usar um sistema genético simples, mas bem conhecido, com tempo de geração rápido. Infelizmente, não há um sistema experimental vivo com estas características ao nosso dispor”, esclarece Ricardo Azevedo. A opção acabou por ser uma abordagem completamente informática.”Com a rapidez dos computadores actuais foi possível simular experiências que são a inveja de qualquer experimentalista.”Público (Quinta, 2 de Março de 2006)








Poluição transtorna função sexual de animais aquáticos
presença nas águas superficiais de substâncias perturbadoras da função endócrina é um problema emergente a nível das águas europeias. Vários países referem mesmo a existência de casos de transtorno da função sexual de animais aquáticos. Surgem inclusive casos de mudança de sexo. Estes dados são avançados num relatório da Agência Europeia de Ambiente dedicado aos recursos hídricos do continente.









Classificação de seres vivos

Aristóteles era um sábio grego que viveu no século IV a.C. Este sábio fez uma das primeiras classificações dos seres vivos. Ele separava os animais "sem sangue" dos "com sangue". As plantas eram agrupadas em 3 categorias: árvores, arbustos e ervas.

A importância da classificação biológica é facilitar a compreensão da enorme variedade de seres vivos existentes.
Tanto no exemplo das moedas como na classificação de Aristóteles o que há em comum?
A escolha de critérios. A ideia então, é o estabelecimento de critérios que acrescentem algo sobre o grupo classificado.
A classificação dos seres vivos, como se faz actuamente, tenta agrupá-los de acordo com o maior número possível de semelhanças.
O sistema binomial de Lineu. Muito tempo depois de Aristóteles, o naturalista sueco Lineu (na verdade seu nome era Karl von Linné) elaborou um detalhado sistema de classificação dos seres vivos.
O trabalho de Lineu, denominado Systema naturae (do latim Sistema natural), foi publicado pela primeira vez em 1735. Naquela época havia urgente necessidade de um sistema classificatório que pusesse ordem no grande número de seres que estavam sendo descritos pelos naturalistas, em consequência de viagens a terras desconhecidas.

Lineu partiu do pressuposto que elementos parecidos se reunia num grupo chamado género. Cães e lobos, por exemplo, são muito parecidos, assim foram reunidos no género denominado Canis.
Quando Lineu agrupava os seres vivos em géneros ele também já estava assumindo que estes seres tinham peculiaridades que os fazia diferentes apesar das semelhanças, assim, cães e lobos eram agrupados no mesmo género mas eram considerados de espécies diferentes. No exemplo do cão e do lobo: o cão doméstico foi denominado Canis familiaris e o lobo foi denominado Canis lupus.
Ao final, o nome dado por Lineu a uma espécie era composto por duas palavras, por isto chamado binomial.
O sistema binomial inventado por Lineu e empregado até hoje, tem a vantagem de mostrar, já no próprio nome do ser vivo, sua semelhança com outros que pertençam ao mesmo género.

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