terça-feira, 24 de março de 2009

Rochas sedimentares, arquivos históricos da Terra

As rochas sedimentares são normalmente estratigráficas e contêm a maioria dos fósseis. A estratificação reflecte as alterações que ocorrem na Terra e os fósseis contam a história da evolução da Vida e dão informações acerca dos ambientes do passado.


Fósseis e processos de fossilização
Os fósseis são vestigios de seres vivos ou da sua actividade que, num determinado momento da História da Terra, viveram no nosso Planeta. Para que os restantes orgânicos possam conservar-se e cheguem a fossilizar é necessário que, após a morte, o organismo seja rapidamente incluído num material protector, que o preserve dos agentes que iriam provocar a sua decomposição.


A tabela seguinte resume os processos da fossilização:
Os fósseis são particularmente importantes na reconstituição da História da Terra, em relação à cronologia dos acontecimentos, como em relação aos ambientes passados. Os fósseis que permitem datar as rochas ou estratos em que estão presentes designam-se fósseis de idade. Estes fósseis pertencem a organismos que viveram à superficie da Terra, durante um periodo relativamente curto e definido do tempo geológico, e que tiveram uma grande área de distribuição. As trilobites e as amonites são fósseis de idade. Quando os fósseis permitem inferir o ambiente de formação da rocha em que se encontram designam-se fósseis de fácies.


Principios da Estratigrafia na reconstituição dos acontecimentos e dos ambientes da Terra

Uma das caractristicas mais evidentes das rochas sedimentares é a estratificação. Ao limite inferior de um estrato chama-se muro e ao limite superior chama-se tecto. Os estratos distiguem-se por caracteristicas, como a cor e a textura, e reflectem as alterações ocorridas na Terra durante a sua formãção. Uma sucessão de estratos designa-se sequência estratigráfica.

As fácies de um estrato sedimentar é dada pelo conjunto de caracteristicas litológicas desse estrato e pelo seu conteúdo em fósseis. A fácies dos estratos reflecte o ambiente sedimentar que esteve presente aquando da sua formação.

Este quadro resume os principais tipos de ambientes sedimentares:


A fácies estratigráfica permite conhecer e interpretar os ambientes do passado, ou paleoambientes, por comparação com os ambientes actuais que dão origem a uma fácies semelhante. Esta interpretação baseia-se no principio do actualismo.


Outros principios simples são utilizados para interpretar os estratos sedimentares. Esses principiospermitem proceder à datação relativa das rochas e à ordenação cronológica de aontecimentos geológicos e de formas de vida do passado. Entre os principios da estratigrafia destacam-se:


-Principio da sobreposição: Numa sequência de estratos sedimentares não deformados, os estratos mais antigos são os que se localizam por baixo e os mais recentes são os que se localizam por cima.


Se a velocidade e as condições de sedimentação variarem ao longo do tempo, pode mesmo haver periodos de interrupção da sedimentação. Se a sedimentação prossguir forma-se um estrato que assenta numa superficie erodida. Essa superficie representa uma superficie de descontuidade.

Se após a formação da primeira série de estratos a sua posição for alterada por acção de forças tectónicas ou a deposição de outra série de estratos, a superficie de separação das duas séries designa-se por discordância angular.

-Principio da continuidade lateral: Um estrato sedimentar permanece lateralmente igual a si próprio ou varia de um modo contínuo.

-Principio da identidade paleontológica: Estratos que apresentam o mesmo tipo de fósseis são da mesma idade.

-Principio da intersecção: Uma estrutura geológica que intersecta outra é mais recente do que esta.

-Principio da inclusão: Fragmentos de rochas incluidas ou incorporadas noutra rocha são mais antigos do que a rocha que os contém.

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